A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) elevou o tom contra a aprovação da PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados e as recentes alterações na Lei da Ficha Limpa, aprovadas pelo Senado. Em um comunicado contundente, a CNBB, juntamente com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), expressou profunda preocupação com o que consideram uma ameaça à transparência e um fortalecimento da impunidade.
A PEC da Blindagem, como ficou conhecida, gerou forte reação negativa na sociedade. A proposta, que altera regras sobre investigações contra parlamentares, foi alvo de críticas por supostamente dificultar o trabalho da Justiça e blindar políticos envolvidos em irregularidades. A CNBB questiona: “Quem protegerá a sociedade brasileira das incongruências do próprio Congresso Nacional?”
Repercussão Negativa e Pedidos de Desculpas
A aprovação da PEC gerou tamanha repercussão negativa que alguns deputados federais vieram a público se desculpar pelo voto favorável. Parlamentares relataram terem sido alvos de cobranças e críticas por parte de seus eleitores.
O deputado federal Pedro Campos (PSB-PE), por exemplo, admitiu que a estratégia de tentar mitigar os pontos mais controversos do texto não funcionou. Ele reconheceu que a decisão de votar a favor da PEC foi um erro e afirmou que pretende acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a votação.
Pressão e Mudança de Voto
A deputada federal Sylvie Alves (União Brasil-GO) também se desculpou com os eleitores, justificando que votou contra o projeto inicialmente, mas foi pressionada a mudar de posição por “pessoas influentes”. A deputada relatou ter cedido à pressão e mudado seu voto, demonstrando a intensidade do debate e as pressões políticas em torno da PEC.
- CNBB critica PEC da Blindagem e mudanças na Lei da Ficha Limpa.
- Parlamentares se desculpam por voto favorável após repercussão negativa.
- Sociedade civil se mobiliza contra medidas que ameaçam a transparência.
O debate sobre a PEC da Blindagem expõe tensões entre o poder legislativo e a sociedade civil, levantando questões cruciais sobre a transparência e a responsabilidade dos representantes eleitos.