O setor automotivo brasileiro está em polvorosa! As gigantes Volkswagen, Toyota, General Motors e Stellantis enviaram uma carta contundente ao presidente Lula, expressando profunda preocupação com possíveis medidas governamentais que favoreçam a importação de veículos desmontados, especialmente da BYD. A reunião extraordinária do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-CAMEX) nesta quarta-feira (30) promete ser tensa, com a BYD pleiteando reduções significativas nas tarifas de importação para veículos eletrificados nos regimes SKD (semidesmontados) e CKD (completamente desmontados).
O Que Está em Jogo?
As montadoras tradicionais temem que a aprovação das solicitações da BYD incentive a importação em detrimento da produção nacional. Elas argumentam que o sistema SKD/CKD, onde peças e componentes são importados para montagem no Brasil, gera poucos empregos e pouco valor agregado à economia local. A carta enviada a Lula é um apelo para que o governo mantenha uma política industrial que priorize a produção nacional e os investimentos já realizados no país.
Investimentos e Empregos Ameaçados
As montadoras signatárias da carta anunciaram recentemente planos de investir cerca de R$ 180 bilhões no Brasil nos próximos anos. No entanto, elas alertam que, caso as medidas pró-importação avancem, esses investimentos podem ser drasticamente reduzidos, com cortes estimados em pelo menos R$ 60 bilhões. Além disso, a carta adverte para o risco de demissões em massa, com a possibilidade de 10.000 postos de trabalho deixarem de ser criados e outros 5.000 empregos existentes serem eliminados.
A situação se agrava com a iminente imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O cenário é complexo e exige um debate aprofundado para encontrar um equilíbrio entre o incentivo à inovação e a proteção da indústria nacional.
O Que Esperar?
O governo Lula, conhecido por seu entusiasmo pela instalação de fábricas de montadoras chinesas no Brasil, enfrenta um dilema. A decisão a ser tomada terá um impacto significativo no futuro da indústria automotiva brasileira e na geração de empregos no país. Resta saber se o governo irá priorizar a atração de novos investimentos ou a proteção da indústria já estabelecida.