Recentemente, o Papa Leão XIV reacendeu um debate teológico ao abordar o papel de Maria, mãe de Jesus, na doutrina católica. Um documento papal divulgado nesta semana causou repercussão, com alguns interpretando-o como um "rebaixamento" da principal santa da Igreja Católica.
O Ajuste na Devoção Mariana
Especialistas apontam que o documento busca ajustar a "mariolatria", prática que eleva Maria a um papel central na "narrativa da salvação", buscando um equilíbrio ecumênico e respondendo às críticas protestantes à veneração mariana. Na prática, o objetivo é conter abusos em uma devoção que cresceu nos últimos séculos, muitas vezes obscurecendo o protagonismo da Santíssima Trindade.
O documento, preparado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, veta o uso do título "corredentora" para Maria e recomenda prudência ao referir-se a ela como "medianeira". Na teologia cristã, o redentor é aquele que liberta, título reservado a Jesus. Medianeira seria a intercessora, aquela que intermedeia.
Jesus, o Único Salvador
O Vaticano reafirma que Jesus, e não Maria, é o único salvador do mundo. Em um decreto aprovado pelo Papa Leão XIV, o escritório doutrinário instrui os católicos a não se referirem a Maria como a "corredentora" do mundo. Essa decisão visa resolver um debate interno que perdurou por décadas, inclusive gerando divergências entre papas recentes.
O falecido Papa Francisco já havia se manifestado contra o título de "corredentora", considerando-o um equívoco. Seus antecessores, Bento XVI e João Paulo II, também expressaram opiniões divergentes sobre o tema. A nova instrução do Vaticano enfatiza o papel de Maria como figura importante na história da salvação, mas ressalta que a redenção é obra exclusiva de Jesus Cristo.
- Corredentora: Título vetado pelo Vaticano.
- Medianeira: Uso com prudência recomendado.
- Redentor: Título exclusivo de Jesus Cristo.
O documento papal representa um esforço para esclarecer o papel de Maria na fé católica, buscando um equilíbrio entre a devoção popular e a doutrina oficial da Igreja.