O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro, exerceu seu direito de permanecer em silêncio durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 10 de junho de 2025. Ele é réu em um inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A decisão de Heleno foi comunicada logo no início da audiência por seu advogado, Matheus Milanez, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Milanez informou que o general responderia apenas às perguntas formuladas por sua própria defesa, recusando-se a responder aos questionamentos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e de advogados de outros réus. Essa estratégia, amparada pela Constituição Federal, visa evitar que o réu produza provas contra si mesmo.
O ministro Alexandre de Moraes, mesmo diante do silêncio de Heleno, prosseguiu com os questionamentos referentes ao processo. Entre as perguntas, Moraes mencionou a participação de Heleno em uma transmissão ao vivo com Bolsonaro em julho de 2022, na qual questionaram a segurança das urnas eletrônicas. Além disso, indagou sobre o possível uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para disseminar informações falsas sobre a legitimidade das eleições e das urnas.
Durante a sessão, Moraes chegou a trocar algumas palavras em tom de brincadeira com o advogado de Heleno, Matheus Milanez, aliviando a tensão do momento. Em um dos diálogos, Moraes comentou sobre o horário do almoço, gerando risos entre os presentes.
Implicações e Próximos Passos
O silêncio de Augusto Heleno no STF adiciona uma camada de complexidade ao inquérito sobre a suposta tentativa de golpe. A estratégia da defesa de Heleno, de responder apenas às perguntas de seus próprios advogados, pode ser vista como uma forma de controlar a narrativa e evitar declarações que possam incriminá-lo. A investigação continua e os próximos depoimentos dos envolvidos serão cruciais para o esclarecimento dos fatos.
Repercussão
O caso tem gerado grande repercussão na mídia e na sociedade brasileira, com debates acalorados sobre os limites do direito ao silêncio e a importância da responsabilização por eventuais crimes contra a democracia.
- O silêncio de Heleno no STF gera debates sobre o direito ao silêncio.
- Moraes prosseguiu com questionamentos sobre o papel de Heleno nas eleições.
- A investigação sobre a tentativa de golpe continua.