A Invepar, em meio a uma reestruturação financeira complexa, cedeu o controle da Lamsa, concessionária responsável pela Linha Amarela no Rio de Janeiro, para o fundo árabe Mubadala Capital. A transação, anunciada recentemente, envolve a transferência de 60,3% das ações da Lamsa para o braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi.
Detalhes da Operação Financeira
A transferência de controle ocorre através da conversão de debêntures em ações. A Invepar, buscando aliviar suas dívidas bilionárias, utilizou essa estratégia para quitar um passivo de R$ 349,7 milhões com o Mubadala, referente a emissões de títulos de dívida. Apesar da mudança majoritária, a Invepar manterá uma participação de 39,7% na Lamsa.
Essa movimentação é vista como um passo importante na reestruturação da Invepar, que busca reorganizar suas finanças e manter acordos com credores. A empresa também prorrogou o acordo de standstill extrajudicial com seus principais credores até o final de dezembro, permitindo a suspensão temporária da cobrança de dívidas enquanto a negociação de longo prazo prossegue.
Aprovação Necessária e Implicações Futuras
A conclusão da operação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Prefeitura do Rio de Janeiro, já que envolve uma concessão pública. A Companhia Carioca de Parcerias de Investimentos (CCPar) informou que avaliará a negociação após o recebimento da documentação pela concessionária.
A entrada do Mubadala Capital no controle da Linha Amarela pode trazer novos investimentos e melhorias para a via expressa, beneficiando os usuários que a utilizam diariamente para se deslocar entre a Ilha do Fundão e a Barra da Tijuca. Resta aguardar os próximos passos e o impacto real dessa mudança na mobilidade urbana do Rio de Janeiro.
Histórico de Operações Semelhantes
Essa não é a primeira vez que o Mubadala Capital assume o controle de uma concessionária no Rio de Janeiro através de uma operação similar. Há alguns anos, o fundo já havia assumido o controle do Metrô Rio, também através da conversão de dívidas em participação acionária. Essa experiência prévia pode facilitar a gestão da Linha Amarela e a implementação de melhorias na infraestrutura.