Há dez anos, a Argentina abriu as urnas para jovens de 16 e 17 anos, inaugurando o chamado “voto jovem”. Uma década depois, um relatório do CIPPEC e da UNICEF revela que a participação média dos adolescentes nas eleições nacionais foi de 55%. Este número, embora significativo, esconde profundas disparidades regionais e uma desconfiança generalizada na classe política.
Participação e Desconfiança: Uma Paradoja Argentina
O estudo aponta para uma curiosa contradição: os jovens demonstram interesse em votar, mas simultaneamente nutrem uma forte desconfiança em relação aos líderes políticos. Essa dualidade representa um desafio para o futuro da democracia argentina, exigindo uma análise mais aprofundada das causas dessa desilusão.
Tucumán: Um Caso de Sucesso?
A província de Tucumán se destaca nesse cenário. Entre 2015 e 2019, registrou um dos maiores aumentos na participação de adolescentes e liderou a consulta nacional de 2023. Além disso, Tucumán testemunha o florescimento de centros estudantis, militância comunitária e ativismo online, que servem como importantes canais de engajamento cívico para os jovens.
Disparidades Regionais: Um Mosaico Argentino
O mapa da participação juvenil na Argentina revela um mosaico de contrastes. Enquanto províncias como Santiago del Estero e Formosa exibem médias de participação em torno de 70%, Tierra del Fuego mal ultrapassa os 35%. Essa variação expressiva demonstra a influência de fatores socioeconômicos, culturais e políticos na decisão dos jovens de exercerem seu direito ao voto.
- Santiago del Estero e Formosa: Alta participação juvenil.
- Tierra del Fuego: Baixa participação juvenil.
- Tucumán: Tendência crescente e engajamento cívico.
O “voto jovem” representou um marco importante na história política argentina, concedendo o direito ao voto a mais da metade dos adolescentes do país. No entanto, a desconfiança na política e as disparidades regionais exigem atenção e medidas para fortalecer o engajamento cívico e garantir a representatividade dos jovens na tomada de decisões.