Tensões Aumentam no Peru: Confrontos em Manifestações
O Peru enfrenta um período de instabilidade social com protestos generalizados contra o governo da presidente Dina Boluarte e o Congresso. As manifestações, que ganharam força nas últimas semanas, resultaram em confrontos violentos entre manifestantes e a polícia, deixando dezenas de feridos.
No último fim de semana, pelo menos 19 pessoas ficaram feridas em Lima, a capital peruana, durante protestos que visavam a sede do governo. Grupos de jovens lançaram pedras, coquetéis molotov e fogos de artifício contra as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo e balas de borracha. A Polícia Nacional informou que um policial sofreu queimaduras de primeiro grau devido a um coquetel molotov.
A Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos (CNDDHH) divulgou um balanço de 18 feridos, incluindo um jornalista, e criticou a ação da polícia, alegando uso excessivo de gás lacrimogêneo e agressões contra manifestantes. A advogada da CNDDHH, Mar Pérez, enfatizou a importância de respeitar o direito de protesto.
O Estopim dos Protestos: Reforma Previdenciária e Descontentamento Popular
Os protestos foram inicialmente desencadeados por reformas no sistema de pensões, que exigem que todos os peruanos maiores de 18 anos se filiem a um prestador de pensões. No entanto, as manifestações refletem um descontentamento mais profundo com o governo Boluarte e o Congresso, alimentado por escândalos de corrupção, insegurança econômica e aumento da criminalidade.
Jovens manifestantes também exigem que as forças de segurança sejam responsabilizadas pela morte de dezenas de manifestantes durante a ascensão de Boluarte ao poder, após a destituição e prisão do ex-presidente Pedro Castillo no final de 2022.
Popularidade em Queda Livre
A insatisfação popular com o governo e o Congresso é evidente nas pesquisas de opinião. Um relatório recente do Instituto de Estudos Peruanos revelou que a taxa de aprovação de Boluarte é de apenas 2,5%, enquanto a do Congresso é de 3%.
A situação no Peru permanece tensa, com a possibilidade de novos protestos e confrontos nas próximas semanas. A crise política e social representa um grande desafio para o governo Boluarte.