A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) está no centro de uma grande polêmica após levar sua filha de quatro meses para o plenário da Câmara dos Deputados. A atitude gerou críticas e acusações de uso político por parte de parlamentares de esquerda, enquanto a deputada se defende, alegando necessidade devido à amamentação exclusiva da criança.
O que diz a deputada
Zanatta afirma que sua licença-maternidade já havia terminado e que, embora pudesse trabalhar remotamente, a urgência dos acontecimentos em Brasília a fez levar a filha. "Não é que eu queria fazer isso, é uma necessidade quando a criança quer peito toda hora", declarou.
Repercussão na esquerda
A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) criticou a atitude, argumentando que houve uma escolha consciente de usar a criança como um "escudo". Outros parlamentares da esquerda também se manifestaram, alegando que a ação fragiliza a luta por mais mães na política.
Ações Legais
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) entrou com uma representação contra Zanatta, acusando-a de usar a criança para impedir a ação da segurança ou da polícia legislativa. O líder da Rede na Câmara, Túlio Gadêlha, também acionou o Conselho de Ética, pedindo a perda do mandato da deputada por quebra de decoro.
Conselho Tutelar Acionado
O deputado federal Reimont (PT-RJ) acionou o Conselho Tutelar de Brasília. Especialistas em direito penal consultados pela Gazeta do Povo apontam que não há crime na ação de Zanatta, desde que não haja intenção de submeter a criança a vexame ou constrangimento, e que não haja risco físico imediato ou maus-tratos.
A polêmica continua a gerar debates acalorados sobre os limites da atuação política e a exposição de crianças em ambientes públicos.