O Brasil acaba de sair do Mapa da Fome da ONU, uma notícia recebida com otimismo. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, a média de 2022 a 2024 indica que menos de 2,5% da população enfrenta subnutrição ou falta de acesso à alimentação adequada. Uma conquista importante, especialmente após o país ter retornado ao mapa em 2021 devido aos impactos da pandemia.
No entanto, José Graziano da Silva, ex-ministro e idealizador do programa Fome Zero, faz um alerta crucial. Em entrevista exclusiva, Graziano comemorou a redução da fome, creditando o feito ao governo Lula. Mas ele enfatiza que este é apenas o primeiro passo.
Desafios Persistem: Insegurança Alimentar e Obesidade
Apesar da saída do Mapa da Fome, cerca de 28 milhões de brasileiros ainda vivem em situação de insegurança alimentar moderada ou severa. Este número alarmante é superior à população inteira do Chile e quase equivalente à da Argélia. Além disso, o custo para acessar uma dieta saudável no Brasil continua elevado, afetando cerca de 24% da população, o que equivale a 50 milhões de pessoas que não podem arcar com uma cesta básica nutritiva.
O Problema Crescente da Obesidade
Graziano da Silva destaca ainda o aumento preocupante da obesidade no Brasil. Aproximadamente 46 milhões de pessoas estão nessa condição. Ele ressalta que a pobreza e a falta de renda levam muitas famílias a optarem por alimentos mais baratos, geralmente ultraprocessados e menos nutritivos. O desafio agora, segundo ele, é focar em uma alimentação mais saudável e combater a obesidade de frente, um problema que considera ainda mais complexo de resolver do que a própria fome.
Em resumo, a saída do Mapa da Fome é um marco importante, mas o Brasil ainda enfrenta grandes desafios para garantir a segurança alimentar e promover hábitos saudáveis para toda a população. A luta contra a obesidade, impulsionada pela falta de acesso a alimentos nutritivos e acessíveis, emerge como uma prioridade urgente.