O adiamento das tarifas "recíprocas" do ex-presidente Donald Trump, que deveriam entrar em vigor hoje, traz um misto de alívio e incerteza para a economia global. A nova data limite, 1º de agosto, estende a janela para que os parceiros comerciais dos Estados Unidos negociem acordos, evitando as pesadas taxas.
Por Que Economistas Comemoram (Cautelosamente)?
Economistas tradicionais geralmente desaprovam tarifas, citando pesquisas que demonstram seus efeitos negativos nas economias que as impõem, incluindo trabalhadores e consumidores. Embora reconheçam os desafios do livre comércio, tarifas elevadas raramente são vistas como a solução ideal.
Até o momento, as tarifas de Trump não impulsionaram significativamente a inflação nos EUA, desaceleraram a economia ou prejudicaram o crescimento do emprego. No entanto, especialistas alertam para uma reação tardia, com possíveis impactos negativos no final do ano. Essa aparente calmaria pode estar gerando uma falsa sensação de segurança na administração.
“Os benefícios (do livre comércio) superam os negativos, mesmo em países ricos”, afirma Antonio Fatas, professor de economia da INSEAD. “Acredito que os EUA e a Europa se beneficiaram da abertura econômica.”
O Impacto no Seu Bolso
Tarifas são impostos sobre importações, aumentando os custos para produtores e, consequentemente, os preços para consumidores. Nos EUA, cerca de metade das importações são de produtos intermediários, essenciais para a fabricação de bens finais.
Pense em um avião da Boeing ou em um iPhone: ambos dependem de componentes importados. Tarifas sobre esses componentes elevam os custos de produção, que inevitavelmente são repassados ao consumidor final.
O Que Esperar?
O adiamento das tarifas oferece uma oportunidade para negociações e potencialmente evita um aumento nos preços. No entanto, a incerteza persiste, e o cenário econômico global continua a ser monitorado de perto. O futuro da política comercial dos EUA e seus impactos no Brasil e no mundo ainda são incertos.
Aguardemos os próximos capítulos desta novela econômica.