A gigante mineradora BHP foi considerada 'parcialmente culpada' pela Justiça britânica no desastre de Mariana, abrindo caminho para indenizações bilionárias às vítimas. A decisão, proferida pelo Tribunal Superior de Londres, reconhece a responsabilidade da BHP no rompimento da barragem de Fundão em 2015, um dos maiores desastres ambientais do Brasil.
Entenda o Caso Mariana
O colapso da barragem, operada pela Samarco (joint venture entre Vale e BHP), liberou 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica, devastando comunidades, matando 19 pessoas e poluindo o Rio Doce até o oceano Atlântico. Mais de 600 mil pessoas foram afetadas, incluindo 31 municípios brasileiros e diversas comunidades indígenas.
O Julgamento em Londres
A ação foi movida na Justiça britânica devido à sede da BHP em Londres e à insatisfação dos autores com os processos no Brasil. Eles buscam R$ 251 bilhões em indenizações. O julgamento, que ocorreu entre outubro de 2024 e março de 2025, ouviu especialistas e vítimas.
A juíza Finola O'Farrell afirmou que a BHP não deveria ter continuado a aumentar a altura da barragem, considerando isso uma causa direta do colapso. A Vale também provisionou US$ 500 milhões para obrigações decorrentes do desastre.
Próximos Passos
Com a responsabilidade da BHP reconhecida, um segundo julgamento, previsto para outubro de 2026, definirá os valores de reparação. A BHP já anunciou que recorrerá da sentença. A Vale reafirma sua confiança no acordo assinado no Brasil para compensar os impactados.
- Mais de 600 mil afetados aguardam indenização.
- A BHP recorrerá da decisão.
- Julgamento para definir valores será em 2026.