As ações da Marcopolo (POMO4) sofreram uma forte queda nesta sexta-feira (31), após a divulgação de uma receita abaixo do esperado no terceiro trimestre. Os papéis da empresa chegaram a registrar uma baixa de 10,54%, cotados a R$ 7,89, liderando as perdas do Ibovespa na sessão. Essa performance negativa levanta questões sobre o futuro da companhia e as perspectivas para o setor.
Desempenho Contrastante e Receita Abaixo do Esperado
Analistas da XP Investimentos apontam para dados operacionais contrastantes, com volumes domésticos inferiores ao esperado, compensados por um desempenho mais robusto nos mercados externos, impulsionado pelas exportações. No entanto, a receita líquida de R$ 2,5 bilhões ficou aquém das expectativas, representando uma diferença de 7% em relação à projeção da corretora e do consenso do mercado. Essa discrepância gerou preocupações entre os investidores.
A rentabilidade da Marcopolo também foi impactada por fatores pontuais, como o efeito negativo da equivalência patrimonial da NFI e a contribuição positiva do programa Mover. Excluindo a equivalência patrimonial, a margem EBITDA ajustada atingiu 19,3%, beneficiada por um mix de produtos de maior valor agregado, uma tendência que se espera manter no quarto trimestre de 2025.
Preocupações com Desaceleração e Visão do Mercado
Apesar dos pontos positivos, a XP Investimentos acredita que os resultados da Marcopolo podem não atender às altas expectativas do mercado. A preocupação reside na possibilidade de uma desaceleração do ciclo, considerando a receita abaixo do esperado. O Itaú BBA compartilha dessa visão, enfatizando que os investidores podem se concentrar na receita inferior ao previsto e na potencial diminuição dos volumes domésticos, o que poderia levar a revisões negativas das expectativas.
O BTG Pactual também revisou sua recomendação para as ações da Marcopolo (POMO4) de compra para neutra, citando a expectativa de que o crescimento da empresa atinja um platô entre 2025 e 2026, mesmo com um resultado sólido previsto para o próximo ano. A análise do banco aponta que o terceiro trimestre marcou o pico de rentabilidade de 2025, o que justifica a mudança na recomendação.
Em resumo, a queda das ações da Marcopolo reflete a frustração do mercado com a receita do terceiro trimestre e as preocupações com uma possível desaceleração. Os investidores devem acompanhar de perto o desempenho da empresa nos próximos trimestres para avaliar se as expectativas de crescimento serão atingidas.