O futebol brasileiro está sempre em pauta, especialmente após grandes eventos como o Mundial de Clubes e a Copa do Mundo. Mas qual o real potencial do nosso Brasileirão? Especialistas apontam para um futuro promissor, mas com desafios a serem superados.
Liga Brasileira: Urgência e Potencial
Fábio Wolff, CEO da Wolff Sports & Marketing, em entrevista ao CNN Esportes S/A, defendeu a criação de uma liga brasileira, ressaltando que, mesmo sem uma organização formal, o país já se destaca no cenário internacional. "A liga já demorou para acontecer. Mesmo sem a liga, nós somos o sexto ou sétimo campeonato mais poderoso do mundo", afirmou.
Segundo Wolff, a união entre os dirigentes poderia elevar o Brasileirão a um patamar superior, colocando-o entre as quatro maiores ligas do mundo. A falta de um alinhamento estratégico e de um planejamento a médio e longo prazo impede que o futebol brasileiro alcance todo o seu potencial.
O Impasse do Flamengo
Wolff também destacou a importância do posicionamento dos grandes clubes, como o Flamengo, para o futuro da liga. É crucial que os clubes pensem não apenas em seus próprios interesses, mas também no coletivo, para evitar discrepâncias que prejudicam o interesse geral no futebol brasileiro.
Paulistão: Maximizando Receitas sem a Globo
O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, revelou que o Paulistão gera R$ 350 milhões de receita por temporada. Após o fim do contrato com o Grupo Globo, a FPF conseguiu maximizar as receitas ao fechar contrato com a LiveMode e diversificar os detentores dos direitos de transmissão.
O Paulistão 2025 contou com cinco detentores dos direitos de transmissão: Record (TV aberta), TNT (TV fechada), CazéTV (Youtube), Max (streaming) e Paulistão+ (pay per view). "Com esse trabalho novo, a gente aumentou muito a receita (…) saiu do último ano de um detentor só para cinco detentores. Passamos de mais de 30 milhões para mais de 100 milhões de pessoas assistindo", celebrou Bastos.
Visão Crítica: A Falta de Pensamento Coletivo
Mauro Cezar Pereira, colunista do UOL, critica a falta de pensamento coletivo no futebol brasileiro. Segundo ele, as discussões se concentram na divisão de receitas, negligenciando questões como Fair Play financeiro, salários atrasados e calendários inadequados. A busca por interesses individuais impede a formação de uma liga verdadeiramente forte e organizada.
Em resumo, o futuro do futebol brasileiro depende da capacidade de unir os interesses dos clubes, investir em planejamento a longo prazo e superar os desafios de organização e gestão. Só assim o Brasileirão poderá alcançar todo o seu potencial e se consolidar entre as maiores ligas do mundo.