As ações da Cosan (CSAN3) enfrentaram um dos dias mais desafiadores de sua história recente, com uma queda acentuada após o anúncio de uma capitalização de até R$ 10 bilhões. A operação, que visa otimizar a estrutura de capital e fortalecer a governança do grupo, acabou gerando forte diluição para os acionistas e impactando negativamente o valor de mercado da empresa.
Desempenho Alarmante na Bolsa
Na última segunda-feira, as ações da Cosan desabaram 18,13%, cotadas a R$ 6,14, liderando as perdas do Ibovespa. A Raízen (RAIZ4), joint venture entre Cosan e Shell, também sentiu o impacto, recuando 7,75%, para R$ 1,19. No pior momento do dia, a Cosan chegou a R$ 5,63, representando uma perda de quase R$ 3,5 bilhões em valor de mercado em comparação com a sexta-feira anterior.
Estratégias para Reduzir a Alavancagem
Apesar do cenário turbulento, executivos da Cosan garantem que a entrada de novos sócios é um passo crucial para reduzir a alavancagem financeira e dar mais tempo ao grupo para realizar desinvestimentos de forma mais estratégica. Em teleconferência, o diretor financeiro Rodrigo Araujo e o presidente da Cosan, Marcelo Martins, afirmaram que o acordo é resultado de um “longo processo competitivo” para diminuir o alto endividamento, agravado pela alta dos juros no Brasil. A dívida líquida da Cosan atingiu R$ 17,5 bilhões no segundo trimestre.
A empresa enfatiza que esta não é a única medida para reduzir o endividamento e continuará buscando a venda de ativos, mas agora com maior flexibilidade para aguardar condições de mercado mais favoráveis. A Cosan perdeu o equivalente a todo o valor de mercado da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) em apenas um pregão. Desde o auge em 2021, a Cosan já perdeu R$ 41,07 bilhões em valor de mercado – um valor quase idêntico ao da Localiza.