Uma vasta operação da Polícia Federal (PF) desmantelou um esquema de corrupção envolvendo órgãos ambientais e a exploração ilegal de minério em Minas Gerais. O ex-diretor da Polícia Administrativa da PF, Rodrigo de Melo Teixeira, figura central nas investigações, foi preso sob a acusação de usar sua influência para facilitar a concessão de licenças ambientais irregulares.
Detalhes da Operação
A operação, batizada de "Rejeito", revelou que Teixeira, que ocupou o terceiro cargo mais alto na hierarquia da PF até o final de 2024, teria se associado a uma empresa de mineração através de sua esposa. Ele é acusado de usar seus contatos e acessos privilegiados para agilizar a obtenção de autorizações de exploração, com planos de vender sua participação na mina por R$ 30 milhões.
Além de Teixeira, a operação prendeu outros indivíduos importantes, incluindo o diretor da Agência Nacional de Mineração, Caio Mário Seabra Filho, e o ex-deputado João Alberto Paixão Lages. A Justiça Federal também determinou o afastamento de diversos servidores da Agência Nacional de Mineração, da Fundação Estadual do Meio Ambiente, do Instituto Estadual de Florestas e do Conselho Estadual de Política Ambiental.
Esquema Bilionário
As investigações apontam para um esquema que movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão, com potencial para alcançar R$ 18 bilhões considerando todas as licenças concedidas de forma fraudulenta. O grupo criminoso, liderado pelo empresário Alan Cavalcante do Nascimento, contava com o apoio de agentes públicos para realizar a exploração irregular de minério de ferro em larga escala.
Um dos presos na operação, o geógrafo Gilberto Henrique Horta de Carvalho, tinha ligações com figuras políticas como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira, que o apoiaram em sua candidatura ao Crea-MG. A PF investiga o envolvimento de Carvalho no esquema de fraudes em licenças ambientais e lavagem de dinheiro.
A operação da PF continua em andamento, com o objetivo de identificar todos os envolvidos no esquema e responsabilizá-los pelos crimes cometidos. A prisão do ex-diretor da PF e de outros agentes públicos demonstra o compromisso das autoridades em combater a corrupção e proteger o meio ambiente.