Uma megaoperação policial desmantelou uma organização criminosa que vendia cogumelos alucinógenos em larga escala no Brasil. A ação, que contou com o apoio da Receita Federal, dos Correios e do Coaf, resultou na prisão de nove pessoas e na apreensão de equipamentos, veículos e locais de cultivo.
Venda Online e Influenciadores
A investigação começou com o monitoramento de páginas em redes sociais que anunciavam a venda dos cogumelos. Para atrair o público jovem, os criminosos utilizavam sites com design atraente, impulsionamento pago em redes sociais e parcerias com influenciadores e DJs, demonstrando uma estratégia de marketing digital bem elaborada.
Atuação Nacional e Esquema de Dropshipping
Segundo o delegado Valdeck Cavalcante, a organização atuava em Brasília, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Quando não possuíam estoque, utilizavam um sistema de dropshipping, remetendo os produtos de outros estados para os clientes finais. A investigação revelou que a quadrilha utilizava empresas do ramo alimentício para lavar o dinheiro obtido com a venda dos cogumelos.
Os criminosos faziam envios para consumidores e traficantes de todos os estados por meio dos Correios, com 3.700 encomendas identificadas. A polícia investiga o possível envolvimento de agentes públicos no esquema.
Prejuízo e Penas
A Justiça foi acionada para sequestrar R$ 250 milhões dos suspeitos. Se condenados, os investigados podem pegar até 53 anos de prisão. A operação representa um duro golpe no tráfico de drogas e na disseminação de substâncias alucinógenas no país.
A Polícia Civil do Distrito Federal alerta para os perigos do consumo de cogumelos alucinógenos, que contêm psilocibina, uma substância proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que pode causar graves danos à saúde.
Operação Psicose: Detalhes da Ação
A Operação Psicose, conduzida pela Cord (Coordenação de Repressão às Drogas) da Polícia Civil do Distrito Federal, cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e nove de prisão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Joinville (SC), São Paulo (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES), visando locais de produção, armazenamento e distribuição dos cogumelos mágicos. A investigação, que começou em 2025, revelou uma sofisticada rede de produção e distribuição de drogas, com ramificações em diversos estados brasileiros.